Ampulheta

O tempo passa cada vez mais devagar na sua ausência, me incendeia com um candelabro e vai me consumindo, derretendo-me e borbulhando minhas veias. Sinto que não vou aguentar, mas aguento firme. E eu vejo que não vou mais suportar, mas consigo fechar os olhos e tentar sonhar. Porque você está numa, e com alguns dias ele te esquece. Todo o amor que ele sentia, desaparece. Ele iludia, ele ria. E eu não via. O tempo não para mesmo no fim da ampulheta. Os grãos vão descendo e estão quase no fim, eu sempre duvidei do amor que você dizia sentir por mim.